Planejar uma viagem de férias quando você ou alguém da sua família tem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida não é uma tarefa fácil. Muitas dúvidas sempre acabam surgindo nesse momento, sobretudo no que se refere a acessibilidade no turismo.
Afinal, para garantir uma excelente experiência, a viagem precisa ser inclusiva e ter uma infraestrutura que atenda às necessidades de todos.
E isso não vale apenas para o roteiro de atrações turísticas a serem visitadas. É algo que precisa ser pensado desde o transporte e hotel, até restaurantes, o atendimento, entre outros fatores.
Incentivar o turismo acessível é importantíssimo. Não só pelo fato de proporcionar experiências agradáveis a pessoas com perfis distintos. Mas também porque a acessibilidade no turismo promove mais conforto, segurança e autonomia a todos. Independentemente de suas características ou limitações.
Continue lendo esse artigo e entenda mais sobre o conceito de acessibilidade no turismo, sua importância e desafios. Confira!
O que é acessibilidade no turismo?
Para compreender o que significa acessibilidade no turismo, antes é preciso ampliar seu entendimento sobre o que é acessibilidade.
Quando se fala em acessibilidade, é normal vir à mente coisas como adaptações em lugares públicos para locomoção, certo? Ou ainda na existência de rampas de acesso, pisos adaptados (piso tátil). Ou mesmo dispositivos de voz para auxiliar pessoas com deficiência visual.
No entanto, o conceito de acessibilidade vai muito além disso. Basicamente, ele está associado a ideia à inclusão social. Ou seja, significa dar às pessoas com deficiência a possibilidade de acessar lugares, serviços, informações ou mesmo produtos com autonomia, conforto e segurança.
No turismo não é diferente. As atividades turísticas não devem ser vistas como um elemento de exclusão social, pelo contrário. Elas devem ser planejadas e executadas visando a todos. Inclusive as pessoas com deficiência ou idosos, gestantes, famílias com crianças pequenas, pessoas com mobilidade reduzida temporária e obesos.
Para isso, existem quatro pilares essenciais que se deve trabalhar para promover a acessibilidade no turismo. São eles:
1. Estrutura arquitetônica
Um projeto voltado para o turismo acessível, normalmente foca na eliminação de barreiras físicas no espaço. O que, por sua vez, abrange ações como:
- Instalação de acessibilidade no ambiente como rampas de acesso, piso tátil e elevadores
- Construção de calçadas planas e largas para fácil locomoção por todos, entre outros.
- Rede de hotéis, hostels, hospedagens em geral que tenham acomodações e instalações acessíveis.
- Atrações turísticas com corrimão de apoio, rampas de acesso e todas as adaptações necessárias para levar mais segurança e conforto aos turistas.
- Sistema de transporte adaptados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que facilitam o deslocamento, dando autonomia para que todos possam ir e vir de forma independente.
2. Equipamentos e acessórios
Este é um pilar que abrange acessórios úteis à adaptação de pessoas com alguma deficiência. É o caso, por exemplo da presença de cadeiras de banho, conhecidas como cadeiras anfíbias, em áreas litorâneas. Ou então de cardápio em braile ou mapa tátil para deficientes visuais, entre outros.
3. Atendimento capacitado
A presença de profissionais capacitados para auxiliar pessoas com deficiência é indispensável para evitar momentos desconfortáveis em suas atividades turísticas.
Afinal, serão os guias e instrutores quem terão maior contato com esse grupo. Então, quanto mais experientes e capacitados forem no atendimento a pessoas com deficiência, melhor será a experiência.
4. Comunicação – Divulgação
A divulgação/comunicação é outro pilar importantíssimo quando se trata de acessibilidade no turismo. Isso porque, muitos locais e estabelecimentos até possuem uma infraestrutura e atendimento que favorece o turismo de inclusão.
Mas, simplesmente não propagam essas informações para que as pessoas saibam disso. Com isso, muitos deixam de ir a locais mais aptos a receber pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida por falta de informação.
Inclusive, essa falta de comunicação acaba prejudicando não só as pessoas que precisam desse tipo de espaço ou serviço acessível. Mas também as empresas que deixam de atender a uma parcela considerável da população.
Focar em todos esses aspectos é essencial para que empreendimentos e serviços voltados para o turismo, possam se qualificar em termos de acessibilidade. Assim, todos saem ganhando!
Para saber como divulgar seu serviço ou empreendimento (hotel, pousada, resort, agência, etc) acessível para o público com deficiência ou mobilidade reduzida entre em contato através do e-mail : contato@viajecomacessibilidade.com.br.
Por que oferecer acessibilidade no turismo?
Quanto mais inclusivo for o destino turístico, melhor a experiência para seus visitantes, concorda?
E isso vale não só para pessoas com algum tipo de deficiência, mas para o público em geral. Afinal, quem não gosta de frequentar lugares e estabelecimentos com uma infraestrutura e atendimento que supra suas necessidades individuais, não é mesmo?!
Este, por si só, é um bom motivo para explicar porque investir no turismo acessível é importante. Mas, não é o único!
Oferecer acessibilidade no turismo também é importante por favorecer a inclusão social. Ações voltadas para o turismo de inclusão permitem que pessoas com deficiência possam ter experiências em viagens tão boas quanto qualquer outra pessoa.
Além disso, a acessibilidade no turismo representa uma excelente oportunidade econômica. No geral, estima-se que, no Brasil, mais de 45 milhões de pessoas possui algum tipo de deficiência , sem contar as pessoas com as quais elas convivem e consequentemente consomem junto com elas esses serviços e produtos.
Então, imagine quantos milhões desse grupo poderiam desfrutar dos produtos e serviços associados ao turismo e lazer? Sem dúvida é uma possibilidade que ajudaria a impulsionar o turismo nacional.
Desse modo, fica claro que turismo acessível está aí para oferecer muito mais em todos os aspectos e frentes possíveis. Inclusive o próprio Ministério do Turismo ressalta a importância da acessibilidade no turismo com ênfase ao direito e a necessidade de um atendimento especializado para essa parcela (grande) da população.
Acessibilidade no turismo: Como é no Brasil e no Mundo
O turismo de inclusão é um assunto que vem sendo muito debatido no Brasil e também em outros países no exterior.
E não é para menos, afinal, a acessibilidade é um assunto de política pública, assim como também de consciência social e de interesse econômico. Em função disso, o que se nota atualmente é uma maior consciência global acerca da importância de levar acessibilidade aos diferentes polos turísticos.
Até mesmo porque, a parcela da população com algum tipo de deficiência ou limitação é significativa. Como já dito, no Brasil 24% da população possui alguma deficiência. E essa realidade não se limita apenas ao Brasil.
No Chile, por exemplo, quase 20% da população possui alguma deficiência. De uma forma mais abrangente, na Europa são mais de 80 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.
E como limitação física não é parâmetro para medir poder de compra, esse público também tem potencial econômico para movimentar a economia no turismo. Alías é o que já vem acontecendo em alguns lugares.
Segundo relatório divulgado pela Open Doors Organization, somente nos EUA, mais de 26 milhões de pessoas com deficiência buscaram por produtos e serviços ligados ao turismo. Isto, por sua vez, gerou um gasto médio de quase US$17,5 bilhões ao redor do país entre 2013 e 2015. Algo que pode ser ainda maior, se considerarmos que a maioria desse público viaja acompanhado.
Apesar disso, ainda há muito o que se conquistar quando se fala em turismo acessível. Ainda segundo o mesmo relatório, 72% dos viajantes relataram alguns obstáculos em suas experiências turísticas. O que incluiu desde discriminação, até barreiras físicas ou de comunicação e atendimento ao cliente. Isso sem falar na falta de acessibilidade em companhias aéreas no mundo.
Principais desafios da acessibilidade no turismo
Como é possível ver uma boa parcela da população possui alguma deficiência física. Ou seja, a necessidade de investimento em maior acessibilidade dentro do turismo e do lazer é visível.
A verdade é que a maioria dos lugares não está preparado para receber pessoas com deficiência. Ou ainda aqueles com mobilidade reduzida temporária, ou idosos e gestantes por exemplo. São muitos os desafios da acessibilidade no turismo que ainda persistem em nosso meio.
Para começar a falta de estudo do perfil de turistas é um desses desafios. A pouca ou quase inexiste informação sobre acessibilidade em pontos de visitação, empreendimentos e serviços de turismo como edifícios de tombamento histórico também é outro desafio encontrado.
Além disso, o baixo nível de investimento em acessibilidade em determinados empreendimentos e a baixa qualificação de funcionários e pessoas capacitadas para atender as diversas necessidades específicas também são dificuldades encontradas.
Confira alguns dos desafios da acessibilidade no turismo no Brasil:
- Poucos destinos brasileiros com ofertas de acessibilidade.
- Baixo número de pessoas com deficiência trabalhando no mercado do turismo.
- Nível baixo de investimento em acessibilidade em empreendimentos particulares e públicos.
- Falta de profissionais capacitados com experiência em atender necessidades específicas como por exemplo, intérpretes de libras.
- Má divulgação e comunicação sobre lugares de visitação, empreendimentos e serviços turísticos que possuam acessibilidade.
- Falta de estudo na área com foco em diversos perfis e necessidades de turistas.
Esses são apenas alguns dos desafios enfrentados para um turismo mais acessível no país. Com isso,nota-se o quão complicado se torna o acesso de pessoas com alguma limitação fisica, temporária ou permante, ao lazer, à diversão, à convivência em sociedade.
No entanto a inclusão é um instrumento que deve ser trabalhado continuamente para o desenvolvimento de uma sociedade melhor e mais acessível a todos, afinal desafios existem para ser superados na prática.
Conclusão
Embora a acessibilidade no turismo e nas mais diversas áreas esteja andando a passos de tartaruga, promover pequenas iniciativas e lutar por direitos de conforto, segurança e autonomia para todos é função de todo cidadão. Uma andorinha só não faz verão, como já diz o ditado.
Lutar por ambientes cada vez mais acessíveis e ressaltar a existência e importância desses locais e dessas práticas, bem como da garantia de direitos iguais a todos indivíduos é essencial para que a sociedade caminhe cada vez mais para o bem estar geral sem discriminações.
Espero que com esse texto, assim como outros criados com o intuito de contribuir para o turismo acessível efetivo, esteja cumprindo seu propósito! Se ele te ajudou de alguma forma, por favor não deixe de comentar aqui abaixo.
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Um abraço e até a próxima viagem ou texto sobre acessibilidade no turismo!