A acessibilidade é garantida por lei, mas, como sabemos, não é colocada em prática tanto quanto deveria, não é? E isso acontece também com a acessibilidade para deficientes visuais.
De maneira geral, essa situação dificulta, e muito, a vivência das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (como é o caso de alguns idosos).
Quando colocamos as pessoas com deficiência em pauta, vemos as poucas programações possíveis para incluí-los.
Entretanto, nem tudo são desafios, algo muito bacana para as pessoas com deficiência visual, por exemplo, são as trilhas sensoriais.
Assim, para você começar a viajar hoje separei 5 opções de trilhas sensoriais para conhecer no Brasil. Vamos lá?!
Antes de mais nada, o que é deficiência visual?
Primeiramente, vamos ao conceito sobre o que é uma deficiência.
Segundo o site Fundação Dorina Nowill (Organização Sem Fins Lucrativos voltada à inclusão social de pessoas com deficiência visual.), deficiência é qualquer perda ou anormalidade da estrutura, ou função psicológica, fisiológica ou anatômica.
Representa a exteriorização de um estado patológico e, em princípio, reflete distúrbios no nível do órgão.
Saiba mais sobre terminologias aqui.
E o que seria, então, deficiência visual?
Ainda segundo o mesmo site citado acima, a “deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão”.
O nível de acuidade visual pode variar, o que determina dois grupos de deficiência:
- Cegueira – há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.
- Baixa visão ou visão subnormal – caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais.
Entender os conceitos é muito importante quando falamos em inclusão das pessoas com deficiência, sabia?
Quando sabemos o que significa, fica mais fácil conviver em sociedade, pois, entendemos da individualidade de cada ser.
Portanto, ao nos referirmos de acordo com o que é recomendado, diminuímos as distâncias de séculos de exclusão.
Inclusive, essa era uma maneira que a sociedade usava para se referir a essas pessoas, com termos pejorativos e carregados de preconceito.
O que são trilhas sensoriais?
Como o nome já sugere, uma trilha sensorial é aquela que faz com que o indivíduo passe por uma experiência voltada para as sensações, como o toque, por exemplo.
Quando aplicamos o conceito aos deficientes visuais, a situação se torna ainda mais importante.
Como eles não tem o auxílio da visão, eles “não poderiam” apreciar e se conectar com as paisagens.
As trilhas sensoriais para deficientes visuais foram pensadas para gerar uma experiência enriquecedora e para proporcionar um momento inesquecível, principalmente pelo fato de estimular o contato entre objeto e participante.
Outros sentidos, como o olfato, também podem ser trabalhados, o que garante maior versatilidade e acaba por deixar a experiência ainda mais empolgante para quem decide participar.
Aqui no Brasil, alguns grupos e até mesmo entidades públicas disponibilizam as trilhas sensoriais, as quais possibilitam a inclusão de deficientes visuais em atividades diferenciadas. Então, confira as dicas a seguir, providencie o seguro viagem e comece a planejar as próximas aventuras!
Trilha 1 de acessibilidade para deficientes visuais: Parque Estadual da Pedra Branca
Localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro e organizada por funcionários do Programa Furnas de Voluntariado, essa trilha sensorial ecológica é exclusiva para deficientes visuais.
O projeto tem como objetivo a integração dos deficientes visuais por meio de sentidos táteis, auditivos e olfativos, proporcionando uma interação entre o meio ambiente e os participantes. A fauna da Mata Atlântica é o principal alvo da exploração, fazendo parte de um espaço de preservação ambiental.
A trilha é preenchida por estacas de madeira ligadas por cordas para que os deficientes visuais consigam se guiar com maior independência pelo ambiente.
Outras facilidades do local são as placas em Braille e os áudios gravados e reproduzidos ao longo da trilha. Eles contam a história das espécies da fauna e da flora ali presentes.
Ao lançarem a trilha ecológica sensorial, o objetivo é manter um programa com agendamentos para que outros deficientes visuais possam participar do projeto.
Trilha 2 de acessibilidade para deficientes visuais: Cachoeira de Águas Mornas
A Cachoeira de Águas Mornas, localizada em Florianópolis, possui um passeio de cerca de 400 metros até a cachoeira do Rio do Salto, promovido para deficientes visuais.
Cada participante conta com a ajuda de um guia sem deficiência visual para fazer com que o passeio seja o mais agradável possível e para que nenhum deles se machuque com alguns obstáculos que possam vir a existir no caminho.
No local é possível descer a cachoeira de rapel, proporcionando um momento único e cheio de aventura. Além disso, com a iniciativa, pode-se também aprender mais a respeito da natureza e saber como protegê-la da maneira correta.
O percurso proporciona um maior estímulo para os outros sentidos, faz com que os participantes esqueçam um pouco a internet e acabem por entrar em um contato maior com o meio ambiente. Isso faz bem tanto para aqueles que decidem participar do projeto quanto para a fauna e para a flora da região.
Para participar é preciso entrar em contato com agências locais que realizam o passeio e geralmente custa em torno de R$ 150,00.
Trilha 3 de acessibilidade para deficientes visuais: Parque Nacional do Itatiaia
Também localizada no Rio de Janeiro, a unidade oferece uma semana de integração para deficientes visuais que conta com o auxílio de guias sem deficiência.
A trilha é oferecida para esse público, mas também pode abranger mais pessoas, basta ter interesse em participar. No local é possível ter a percepção estimulada por meio da delimitação dos espaços, formato de folhas e textura de caules. Nesse caso, o tato é muito usado.
O tema está sendo muito abordado na região, recebendo o apoio do Centro de Visitantes e da Trilha Sensitiva no Jardim Sensorial localizado na unidade de conservação. Com isso, é possível garantir que a acessibilidade seja o primeiro passo para incluir pessoas com deficiência na questão da conservação do meio ambiente.
Para saber mais informações, acesse: https://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/.
Trilha 4: Cachoeiras de Macacu
Localizadas no Rio de Janeiro, as Cachoeiras de Macacu receberam um projeto da organização não governamental (ONG) Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) que reflorestou a área e, com essa iniciativa, uma trilha sensorial acabou sendo criada para complementar o projeto, incluindo o quesito acessibilidade.
Um jardim sensorial foi criado para visitantes cegos, assim como para os deficientes físicos, que agora podem apreciar o local sobre a cadeira de rodas.
Além disso, o projeto também trouxe cerca de cento e sessenta professores preparados para disseminar seus conhecimentos acerca da preservação ambiental e do quanto ela é importante.
Com um percurso que chega a ter 400 metros, os participantes podem ter acesso a zona alagada e reflorestada. Além disso, é possível ouvir o canto das aves, estimulando a audição.
Para fazer uma reserva ou para qualquer dúvida, você pode entrar em contato com a ONG aqui.
Trilha 5: Parque Nacional da Tijuca
Com o projeto de adaptação desde o ano de 2011, o Parque Nacional da Tijuca, localizado no Rio de Janeiro, é mais opção que oferece trilhas sensoriais no Brasil.
A trilha é chamada de Caminho Dom Pedro Augusto e conta com 630 metros para serem explorados em um terreno plano e largo. As placas em Braille e o cabo de autoguia facilitam a locomoção.
Em meio ao ambiente de Mata Atlântica, os visitantes serão capazes de ouvir as aves características da região, conhecer diversos tipos de plantas e escutar o som do riacho.
Com a promoção de trilhas sensoriais para deficientes visuais, é possível conscientizar que todos nós temos espaço no processo de preservação do meio ambiente, trazendo maior sensação de inclusão. Além, evidentemente, de proporcionar que pessoas com deficiência visual também usufruam das maravilhas da natureza.
Já comece a planejar sua viagem para visitar alguma (ou todas!) dessas trilhas. Sem esquecer da questão segurança e “comodidade” , afinal quando estamos viajando a última coisa com a qual queremos nos preocupar é com burocracias né? Aqui você pode contratar o seu seguro viagem .
Para saber mais sobre a importância da acessibilidade e minhas experiências em viagens acesse: http://bit.ly/Evento_MulheresViajantes.
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Até o próximo artigo e um abraço da Sú!